Dou-lhe às boas vindas

Terra, Nosso Lar

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida.

A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado. (Carta da Terra)

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Por um Mundo melhor para todos

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Extratos à base de feijão-de-porco são eficientes herbicidas

O feijão-de-porco (Canavalia ensiformes) é uma planta legumionosa comestível cujas folhas podem ser usadas como verdura e seus grãos como feijão comum. A espécie, muito comum em regiões tropicais, acaba de ser testada em laboratório, no Instituto de Química de São Carlos (IQSC), da USP, como bio-herbicida. Nos experimentos, os extratos de folhas e sementes da planta se mostraram eficazes contra a trapoeraba (Commelina benghalensis) a corda-de-viola (Ipomoea grandifolia) já adultas. As duas plantas daninhas são competidoras naturais da soja (Glycine max) e prejudicam seu bom desenvolvimento. O extrato não prejudicou o crescimento desta espécie de soja (orgânica ou transgênica) e pode representar um substituto interessante aos herbicidas sintéticos.
A escolha pelo feijão-de-porco teve como base os resultados de um outro estudo do IQSC. Em 2008, a pesquisadora Raquel Lourenço de Mendonça testou o extrato com sementes de Canavalia ensiformis sobre a germinação de corda-de-viola e traporeaba. A partir destes resultados, o químico Isequiel dos Santos Mendes iniciou sua pesquisa em busca do princípio ativo dos extratos tendo como base sementes e folhas do feijão-de- porco: “ a intenção era saber quais compostos estariam presentes nos extratos e a forma de atuação da substância sobre as ervas daninhas adultas da pesquisa”, diz o pesquisador.
Para a realização de seu estudo de mestrado, a metodologia por ele utilizada foi o preparo dos extratos bio-herbicidas em diferentes concentrações e a aplicação sobre as plantas daninhas em diferentes épocas de crescimento.
O químico explica que o procedimento de preparo do extrato leva cerca de 48 horas e é divido em duas fases. Em um recipiente com 1 litro (L) de água (destilada ou de torneira) são misturados 300 gramas (g) de sementes ou folhas. A mistura é filtrada após 24 horas de agitação. A parte filtrada é levada à geladeira. À massa (folhas ou sementes) que restou da filtragem é adicionado 1 L de água, que será agitada por outras 24 horas. Após a agitação, esta nova mistura é filtrada, e depois adicionada ao filtrado que se encontra reservado na geladeira. Ao final, o composto é levado ao rotoevaporador, equipamento que retira a água da parte sólida, e auxilia na obtenção de uma solução mais concentrada, o extrato.
A obtenção de diferentes concentrações do bio-herbicida é obtida por meio da adição de água a determinada massa da solução concentrada final. Assim, para se ter uma concentração de 25g/L do herbicida, basta adicionar 1L de água a 25g do concentrado.
Princípio ativo e Resultado das aplicações
Na análise química dos componentes do extrato, o pesquisador utilizou a cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), processo que possibilita a separação e a identificação dos componentes de uma mistura. “Via HPLC, foram identificadas quatro substâncias no extrato a base de folhas de feijão-de-porco: ácido clorogênico e ácido p-anísico (ácidos fenólicos), naringina e rutina (flavonóides), que apresentam características alelopáticas, ou seja, de alguma forma interferem no desenvolvimento das ervas daninhas usadas no estudo.
O resultado das aplicações mostrou que as concentrações 25 g/L e 50 g/L de extrato preparado de sementes de feijão-de-porco foram as mais eficientes no controle das ervas daninhas. Ambas as concentrações atingiram o objetivo de matá-las e os efeitos visuais mostram o resultado.
No terceiro dia, as folhas da erva murcham e se deformam. Após seis dias, o desenvolvimento da praga é interrompido, não há possibilidade de recuperação
Mendes relata que “em apenas 3 dias os efeitos começam a se tornar visíveis, as folhas das ervas murcham e se deformam. Além disso, a cor se altera do verde para o marrom. No quarto dia, a praga está completamente murcha. E, no quinto, com o caule endurecido, praticamente seca. O desenvolvimento é completamente interrompido, no sexto dia, não havendo possibilidade de recuperação.
Ele também afirma que, embora as demais concentrações não tenham interrompido totalmente o desenvolvimento das plantas daninhas podem ser utilizadas com outros objetivos, como retardo de crescimento em culturas que crescem muito rápido.
Em relação à soja, tantos as amostras orgânicas quanto as transgênicas não foram afetadas pelos extratos. Entretanto, há necessidade de se avaliar a ação do extrato sobre ervas daninhas com mais de 30 dias da germinação e a produtividade, em campo, de culturas de soja sob ação dos extratos para confirmar que apenas a corda-de-viola e a trapoeraba são prejudicadas em seu desenvolvimento, uma vez que crescem antes ou concomitantes à soja.
Extrato x Herbicida Sintético
Dois outros fatos interessantes foram observados durante a pesquisa. O primeiro ocorreu com a comparação indireta sobre a ação do bio-herbicida com dados já existentes de atuação do mais conhecido herbicida sintético do mercado, o glifosato. Enquanto o herbicida biológico age em 6 dias, o sintético apenas apresenta resultados em duas semanas.
Os resultados deste trabalho de pesquisa trazem boas perspectivas com relação ao uso de extratos preparados de plantas no controle de ervas daninhas. Baseando-se na alelopatia, existem muitas possibilidades de se produzir bio-herbicidas que sejam tão eficientes e práticos quanto herbicidas sintéticos, e possivelmente menos agressivos ao ambiente e ao homem. O bio-herbicida preparado a partir de folhas e sementes de feijão-de-porco é fácil de preparar, é barato, e mostrou excelente eficiência no combate às ervas trapoeraba e corda-de-viola.
Sandra O. Monteiro, da Agência USP

O veneno está na mesa


A sessão de lançamento de O veneno está na mesa foi aclamada por cerca de 800 pessoas que lotaram o teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro, na última segunda (25). O novo documentário do cineasta Silvio Tendler explora as mazelas humanas e ambientais decorrentes do fato de o Brasil ser o maior consumidor mundial de agrotóxicos.
Realizado com o apoio da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fiocruz, o filme recupera as origens da revolução verde para apresentar a lógica insustentável do modelo agrícola que deu ao país esse título difícil de ostentar. Aqui o destaque vai para grandes multinacionais da química, que viram na agricultura o mercado perfeito para substituir o uso bélico do agente laranja, napalm e outros.
A atualidade urgente do tema é retratada a partir de um recorte de reportagens exibidas recentemente em emissoras nacionais e regionais de TV e de rádio. Do Rio Grande do Sul ao Ceará, passando pelo Mato Grosso e Espírito Santo, o que se vê é que o discurso das safras recordes ou da sustentação da balança comercial não mais dá conta de esconder seu lado nefasto. Os principais especialistas em saúde ambiental e toxicologia trazem casos e dados dos prejuízos causados por um modelo de agricultura que não cresce sem agrotóxicos, e que hoje, em claros sinais de saturação, usa mais agrotóxicos do que cresce. Contudo, está no ar uma nova investida de marketing que diz que é esse “o Brasil que cresce forte e saudável”.
Mas a agricultura orgânica não daria conta de alimentar a população, dizem. Se a agricultura orgânica for entendida como aquela em que se tira a química e pronto, isto é fato, conforme resume Ana Maria Primavesi, referência mundial em manejo ecológico dos solos. Porém, se o solo for vivo e alimentado para sustentar grande diversidade de organismos, este produzirá plantas saudáveis, em quantidade, ao mesmo tempo que dispensará os agrotóxicos. A conclusão de Primavesi, que também é produtora, é confirmada na prática pelo depoimento do agricultor do interior paulista que tira 15 toneladas de alimentos por ano de cada um dos 20 hectares que cultiva sem venenos e adubos químicos. Do Rio Grande do Sul vem o exemplo do produtor familiar que recriou sua própria semente de milho crioulo após ter perdido as variedades tradicionais que cultivava, substituídas pelas híbridas.
Esse caminho cada vez mais confirma sua viabilidade. Faltam agora as políticas certas que farão crescer a agricultura que vai tirar o veneno da mesa.
(AS-PTA)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A ameaça do veneno que chega do campo

A água potável no Brasil pode conter 22 tipos de agrotóxicos, 13 de metais pesados, 13 de solventes e seis de desinfetantes. Essa presença contaminante é tolerada até níveis fixados em uma escala oficial, que às vezes é ultrapassada por conveniências econômicas e devido a controles inadequados. Até 1977 as autoridades determinavam que a água própria para consumo humano não podia conter resíduos de mais de 12 agrotóxicos e dez metais. Nada sobre os demais. Desde então foram feitas duas atualizações, em 1990 e 2004, “legalizando” os resíduos de novos insumos químicos usados na agricultura e na indústria, lamentou Wanderlei Pignati, médico e professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

Em comparação, a União Europeia só admite cinco agrotóxicos, com limites inferiores aos previstos no Brasil e um total que impede que cada um chegue ao máximo tolerado, cuidado este também não adotado no Brasil. O controle de qualidade da água potável, ainda baseado em eliminar bactérias, não acompanha a crescente contaminação química, que exige equipamentos “caros e sofisticados” em medições complexas, afirmou Pignati, especialista que é referência nacional na pesquisa e na luta contra o que se considera abuso de venenos agrícolas.O Brasil se converteu, há três anos, no maior consumidor mundial de defensivos agrícolas de cultivos, apesar de produzir, por exemplo, menos de um terço de grãos do que os Estados Unidos. 

É o custo da liderança em agricultura tropical, alcançado nas últimas décadas e que lhe permitiu exportar US$ 76,4 bilhões em bens deste setor no ano passado. A façanha econômica brasileira se concretizou graças a muita pesquisa agronômica e intenso emprego de fertilizantes, inseticidas, herbicidas e fungicidas, além da aposta nas monoculturas extensivas, especialmente a soja, que se converteu no principal produto das exportações, superando de longe os tradicionais café e açúcar.O Estado do Mato Grosso, no centro oeste do país e na fronteira sudeste da Amazônia, sintetiza essa mudança ao se constituir no maior produtor nacional de soja e, por extensão, também o maior consumidor de defensivos agrícolas, denominação para os agroquímicos preferidos pelos produtores e camponeses.Além de expandir a área plantada, o que ocorre a partir do desmatamento, o setor produtor local intensificou o uso de agrotóxicos. 

“Há dez anos aplicavam-se oito litros em um hectare de soja, hoje são dez litros”, disse Pignati. “Os agrotóxicos são uma droga lícita, como o álcool e o tabaco”, acrescentou ao responder uma pergunta da IPS. O modelo de desenvolvimento agrícola brasileiro estimula seu uso, isentando-os, por exemplo, do imposto comercial que, no entanto, é aplicado em medicamentos, em uma prioridade reversa, em detrimento da saúde, ressaltou o especialista.Pignati é um dos ativistas da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, lançada no Mato Grosso no começo de junho, que se dedica a estudar o assunto e divulgar seus conhecimentos desde que chegou à conclusão de que é mais eficiente atacar as causas das enfermidades do que formar médicos para tratamentos individuais. 

Na universidade, vinculou-se ao Departamento de Saúde Coletiva. O Mato Grosso consome cerca de 150 milhões de litros de agrotóxicos por ano, equivalente a 50 litros por habitante, contra a média nacional de 5,2 litros, segundo Pignati.É inevitável contaminar as águas em um Estado que possui milhares de nascentes fluviais que alimentam as bacias do Rio da Prata e outras quatro amazônicas, alertou Pignati. O sistema de tratamento da água para consumo da população data de “cem anos atrás” e busca retirar contaminantes por decantação, mas muitos produtos químicos escapam desse método e ficam dissolvidos na água, explicou. Seus efeitos não são apenas as diarreias, mas neurológicos, cancerígenos, endocrinológicos, psiquiátricos e sua presença persiste durante décadas.A “disfunção endócrina”, um tema recente evidenciado pela proliferação de diabetes, hipotireoidismo e outros distúrbios, servem de alerta para esse problema, alerta o médico. 

O risco sanitário no Brasil aumenta pelo uso de venenos que há muito tempo foram proibidos em outros países, especialmente na Europa. O caso emblemático é o Endosulfan, um inseticida responsável por intoxicações fatais, abortos, má-formação fetal e danos aos sistemas nervoso e imunológico.Uma resolução governamental de 2010 determina sua abolição gradual no Brasil. O Endosulfan estará proibido somente a partir de 2013, e nas próximas semeaduras ainda será permitida a utilização de 14,8 milhões de litros. Outros 13 produtos estão sendo avaliados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

A aplicação desses venenos por meio de aviões, o que agrava a contaminação de pessoas, água e biodiversidade devido à dispersão incontrolada, é um alvo prioritário dos ambientalistas.Uma “chuva de agrotóxicos”, lançada por um avião pulverizador, caiu em março de 2006 sobre Lucas do Rio Verde, cidade de 45 mil habitantes no norte do Mato Grosso, rodeada de soja em uma época ou de milho e algodão, em outra. A intoxicação de pessoas, animais e plantações provocou condenações e amplos debates. 

Outro grande impacto teve a divulgação em março de um estudo feito por Danielly Palma, coordenado por Pignati, que identificou a presença residual de agrotóxicos no leite materno de 62 mulheres examinadas no ano passado em Lucas de Rio Verde em 2010.Em todas havia DDE, que é no que se transforma o DDT (dicloro difenil tricoloroetano), e em 44% delas foram encontrados resíduos de Endosulfan. Mas estas críticas e pesquisas são relativizadas por dirigentes políticos do mundo dos grandes negócios agropecuários. A comparação com a Europa é indevida, devido às condições distintas. Os agricultores brasileiros cumprem as regras fixadas pela Anvisa, o órgão regulador do Ministério da Saúde, afirmou Seneri Paludo, diretor-executivo da Federação da Agricultura de Mato Grosso.A quantidade de consumo de defensivos agrícolas por quantidade de habitantes tampouco é uma medida legítima, acrescentou Paludo. 

Os agricultores tendem a usar “uma dose inferior à necessária, o que às vezes agrava as pragas”, porque os defensivos representam maiores custos, afirmou. Sua disposição em proteger o meio ambiente se comprova pelo fato de Mato Grosso ser líder nacional em coleta de embalagens de agroquímicos usados, ressaltou o dirigente.

Por sua vez, Edu Pascoski, secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Lucas do Rio Verde, argumenta que os resíduos identificados nas pesquisas em seu Município “estão dentro dos níveis aceitáveis”, fixados pela Anvisa. Também justificou que o DDT e o DDE permanecem nos seres humanos por mais de 60 anos, por isso o que foi encontrado nos estudos de Danielly Palma pode refletir o uso do produto em etapas muito anteriores à sua proibição em 1998.Contudo, se forem verificados “abusos no uso de agroquímicos”, isso será devido a permissões dadas por autoridades nacionais, afirmou Pascoski, após garantir que sua cidade apresenta bom desempenho ambiental, com um acompanhamento constante da qualidade da água potável, áreas de proteção preservadas ou em recuperação e abundante vegetação. Envolverde/IPS (FIN/2011).

Por Mario Osava, enviado especial da Inter Press Service (IPS) 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Relatório da Anvisa aponta para uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil

Agrotóxicos que apresentam alto risco para a saúde da população são utilizados, no Brasil, sem levar em consideração a existência ou não de autorização do Governo Federal para o uso em determinado alimento. É o que apontam os novos dados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em 15 das vinte culturas analisadas foram encontrados, de forma irregular, ingredientes ativos em processo de reavaliação toxicológica junto à Anvisa, devido aos efeitos negativos desses agrotóxicos para a saúde humana. “Encontramos agrotóxicos, que estamos reavaliando, em culturas para os quais não estão autorizados, o que aumenta o risco tanto para a saúde dos trabalhadores rurais como dos consumidores”, afirma o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano.
Nesta situação, chama a atenção a grande quantidade de amostras de pepino e pimentão contaminadas com endossulfan, de cebola e cenoura contaminados com acefato e pimentão, tomate, alface e cebola contaminados com metamidofós. Além de serem proibidas em vários países do mundo, essas três substâncias já começaram a ser reavaliadas pela Anvisa e tiveram indicação de banimento do Brasil.
De acordo com o diretor da Anvisa, “são ingredientes ativos com elevado grau de toxicidade aguda comprovada e que causam problemas neurológicos, reprodutivos, de desregulação hormonal e até câncer”. “Apesar de serem proibidos em vários locais do mundo, como União Européia e Estados Unidos, há pressões do setor agrícola para manter esses três produtos no Brasil, mesmo após serem retirados de forma voluntária em outros países”, pondera Barbano.
A Anvisa realiza a reavaliação toxicológica de ingredientes ativos de agrotóxicos sempre que existe algum alerta nacional ou internacional sobre o perigo dessas substâncias para a saúde humana. Em 2008, a Agência colocou em reavaliação 14 ingredientes ativos de agrotóxicos, dentre eles o endossulfan, o acefato e o metamidofós.
Juntos, esses 14 ingredientes representam 1,4 % das 431 moléculas autorizadas para serem utilizadas como agrotóxicos no Brasil. Entretanto, uma séria de decisões judiciais, também em 2008, impediram, por quase um ano, a Anvisa de realizar a reavaliação desses ingredientes.
De lá pra cá, a Agência consegui concluir a reavaliação de apenas uma molécula: a cihexatina. O resultado da reavaliação prevê que essa substância seja retirada do mercado brasileiro até 2011. “Todos os citricultores que exportam suco de laranja já não utilizam mais a cihexatina, pois nenhum país importador, como Canadá, Estados Unidos, Japão e União Européia, aceita resíduos dessa substância nos alimentos”, diz o gerente de toxicologia da Anvisa, Luiz Cláudio Meirelles.
Para outras cinco substâncias, a Anvisa já publicou as Consulta Públicas e está na fase final da reavaliação. Nesses casos, houve quatro recomendações de banimento (acefato, metamidofós, endossulfan e triclorfom) e uma indicação de permanência do produto com severas restrições nas indicações de uso (fosmete).

Agrotóxico é problema de saúde pública

MST
O Brasil bateu recorde no consumo de agrotóxicos no ano passado. Mais de um bilhão de litros de venenos foram jogados nas lavouras, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola. O país ocupa o primeiro lugar na lista de países consumidores desses produtos químicos.

Com a aplicação exagerada nas lavouras no Brasil, o uso de agrotóxicos está deixando de ser uma questão relacionada especificamente à produção agrícola e se transforma em um problema de saúde pública.
“Os impactos negativos são no trabalhador, que aplica diretamente, na sua família, que mora dentro das plantações de soja, na periferia da cidade, porque a pulverização é quase em cima das casas. Tem também o impacto no ambiente, com a contaminação por agrotóxicos das águas”, afirma o médico e professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Wanderlei Antonio Pignati, em entrevista exclusiva à Página do MST.
O pesquisador da Fiocruz, doutor em saúde e ambiente fez estudos sobre os impactos dos agrotóxicos no Mato Grosso, que demonstram que nas regiões com maior utilização de agrotóxicos é maior a incidência de problemas de saúde agudos e crônicos.
Por exemplo, intoxicações agudas e crônicas, má formação fetal de mulheres gestantes, neoplasia, distúrbios endócrinos, neurológicos, cardíacos, pulmonares e respiratórias, além de doenças subcrônicas, de tipo neurológico e psiquiátricos, como depressão.

Venda de agrotóxicos cresce no Brasil

O mercado mundial de agrotóxicos pode ter um novo líder de vendas ainda este ano. O atual momento da economia brasileira – com alta no preço das commodities e valorização do real frente ao Dólar – deve colocar o Brasil no primeiro lugar em arrecadação nas vendas de defensivos agrícolas, ultrapassando os Estados Unidos. Estima-se um crescimento em 10% no mercado brasileiro, com vendas superiores a US$ 8 bilhões, aproximadamente R$ 12,4 bilhões.


O mercado estadunidense movimentou, no último ano, US$ 7,8 bilhões – cerca de R$ 12,1 bilhões – em venda de agrotóxicos. O brasileiro registrou US$ 7,3 bilhões ­– aproximadamente R$ 11,3 bilhões. Segundo estudo elaborado pela consultoria alemã Kleffmann, o consumo de agrotóxicos pelos produtores estadunidenses teve queda de 6% entre 2004 e 2009. No Brasil o crescimento foi de 1,5% no mesmo período. As lavouras em que se concentram as maiores vendas de agrotóxicos no Brasil são a de soja com 44%, seguida pelo algodão com 11%.
O Brasil é o terceiro colocado mundial em exportações de produtos agrícolas, atrás de Estados Unidos e União Europeia. A área estadunidense cultivada é 50% maior que a brasileira e produz três vezes e meio mais grãos que a nossa.
O Brasil é o principal destino de agrotóxicos proibidos no exterior. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos dez variedades vendidas livremente aos agricultores, no Brasil, não circulam na União Europeia e Estados Unidos.
Vivian Fernandes, da Radioagencia NP

Plano Nacional de Resíduos Sólidos mais perto da versão preliminar

Em 1º de agosto, os integrantes do Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos reúnem-se para analisar o documento contendo o diagnóstico, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e algumas metas para diferentes cenários estudados e propostos pelo Grupo de Trabalho (GT1), um conjunto de dados e informações que podem resultar na versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos.


Na reunião da última sexta-feira (22/7), realizada em Brasília e coordenada pelo secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Nabil Bonduki, os integrantes do GT que já haviam discutido o diagnóstico tiveram a oportunidade de se debruçar sobre as metas propostas para os cenários dos resíduos sólidos urbanos, da construção civil, dos serviços de saúde, de transportes, mineração, industriais e agrossilvopastoris, considerando como se dará a inserção de catadores de materiais recicláveis.
Na ocasião, o diretor de Ambiente Urbano do MMA, Silvano Costa, informou que o Comitê Interministerial vai avaliar se esse conjunto de informações é suficiente para consolidação da primeira versão do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, documento que será colocado em discussão e receberá contribuições da sociedade nas audiências públicas regionais, que ocorrem nos meses de setembro a novembro deste ano.
O documento também poderá receber contribuições da sociedade, durante o período de realização das audiências públicas, por meio da consulta pública na internet. A versão final do Plano, após análise e incorporação das contribuições, será apresentada na Audiência Pública Nacional prevista para novembro, em Brasília.
Além de representantes do Ministério do Meio Ambiente, participaram representantes das outras dez pastas ministeriais que compõem o Comitê Interministerial, além da Casa Civil e da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, do Ibama e do Ipea.
(SRHU/MMA)

Brasil e China discutem no Rio cooperação na área de mudanças climáticas

O encontro Oportunidades de Cooperação entre China e Brasil na Área de Mudanças Climáticas reunirá hoje (27) e amanhã (28) especialistas e representantes do governo dos dois países. Também na pauta a posição brasileira e chinesa na Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada em junho de 2012, no Rio de Janeiro, e na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-17), marcada para dezembro deste ano, em Durban, na África do Sul.


Devem participar do encontro o diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa; o diretor adjunto do Ministério de Ciência e Tecnologia da China, Sun Chengyong; o diretor do Departamento do Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Luiz Figueiredo Machado; o presidente da Empresa de Planejamento Energético (EPE), Maurício Tolmasquim; e a professora da Coppe e secretária de Economia Verde do Estado do Rio, Suzana Kahn. O evento começa às 13h30.
(Agência Brasil)

Igreja Católica manda fiéis plantarem árvores ao invés de rezarem quando pecam

Esqueça os Pais-Nossos e Ave-Marias! Na paróquia católica Sagrado Coração de Jesus, no município goiano de Pires do Rio, os fiéis recebem outro tipo de penitência para a absolvição dos pecados confessados: o plantio de árvores.

Para cada “falta” admitida no confessionário, o fiel recebe a incumbência de plantar uma semente de qualquer árvore nativa da região. A penitência é a mesma para todos os pecados e, em outubro, a Paróquia realizará uma procissão para que todas as mudas cultivadas pelos fiéis sejam plantadas em uma área devastada da cidade.


A ideia foi do Frei Sebastião, que procurava uma maneira de envolver os frequentadores da Paróquia na Campanha da Fraternidade – iniciativa da Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil, que anualmente elege um tema, relacionado a um problema nacional, para despertar a mobilização dos fiéis. Em 2011, o assunto escolhido foi Fraternidade e a Vida no Planeta, que busca chamar a atenção dos frequentadores da Igreja para os problemas ambientais, com foco nas mudanças climáticas.
Por enquanto, a sugestão do Frei Sebastião tem feito sucesso na cidade: motivados, os fiéis da Paróquia lotaram a última confissão comunitária realizada na Igreja e se comprometeram a plantar as mudas solicitadas para a absolvição dos pecados. Segundo o religioso, a expectativa é de que a iniciativa renda mais de mil novas árvores para o município de Pires do Rio.

Plâncton e florestas que ‘devoram’ CO2: a estranha dupla que pode salvar o mundo

Aquilo que o homem suja com uma mão, a natureza se esforça para limpar com duas. Um golpe de esponja sobre a terra firme é dado pelas árvores e florestas; o outro, no mar, vem das microalgas que formam o plâncton. A vegetação da terra e do mar une as suas forças suas forças para retirar de circulação o dióxido de carbono produzido pelos combustíveis fósseis. A sua união permite que o planeta se livre de pouco mais da metade das emissões: 4,6 bilhões de toneladas de carbono dos 8,7 bilhões produzidos todos os anos. O resto acaba naquele pequeno ambiente que é a atmosfera, a partir de onde alimenta o efeito estufa, elevando sempre mais o termostato do planeta.

As primeiras estimativas finalmente precisas do balanço do carbono sobre a terra chega hoje do Serviço Florestal dos EUA, que o publicou na revista Science, pondo na planilha o dióxido de carbono produzido pelos combustíveis fósseis e aquele absorvido pelas florestas, calculado de acordo com a sua idade e a sua localização geográfica.O CO2 capturado pelas árvores (para além das previsões mais otimistas) foi um pouco maior do que a “engolida” pelo plâncton dos oceanos.

A terra firme, de fato, limpa o planeta todos os anos de 2,4 bilhões de toneladas de carbono contra os 2,2 bilhões das algas marinhas.E quem dá a contribuição máxima são as jovens florestas tropicais, fruto do gradual reflorestamento da última década que se seguiu à fase anterior do desmatamento selvagem. A vegetação entre o Trópico de Câncer e o de Capricórnio, sozinha, absorve 55% do carbono capturado pelas florestas.

“E se deixássemos de cortar árvores hoje – comenta Josep Canadell, um dos autores do estudo –, graças à contribuição da vegetação, poderíamos chegar a limpar a metade das emissões de combustíveis fósseis”.Se desligar as motosserras é o caminho ideal para tornar mais eficaz a esponja da terra firme, para aumentar a eficiência do plâncton no mar ainda não há soluções douradas. 

As algas que nadam na superfície dos oceanos, exatamente como as plantas na terra, absorvem dióxido de carbono durante o processo de fotossíntese. Quando, depois, as árvores ou os micro-organismos marinhos morrem, o carbono que contêm acaba no solo ou no fundo do oceano: portanto, fora daquela atmosfera já sobrecarregada de poluição.

Vários experimentos científicos vem tentando “fertilizar” áreas do mar, jogando ferro sobre elas para acelerar o crescimento do plâncton. Foi justamente a esses organismos que um estudo da Universidade de Ohio, publicado em fevereiro na PNAS, atribuiu o mérito de ter tornado a atmosfera terrestre respirável nos tempos antigos. Desencadeando uma espécie de efeito estufa ao contrário, o plâncton, há 500 milhões de anos, provocou um retorno maciço do oxigênio depois das extinções em massa da era cambriana, permitindo que a vida florescesse novamente.

As medidas do carbono absorvido depois dos experimentos modernos de “fertilização” do mar não deram resultados satisfatórios, enquanto os habitantes do mar diferentes das algas mostraram sinais de intoxicação. Na terra, ao contrário, a esponja das florestas mostrou um fenômeno paradoxal: uma atmosfera mais rica em CO2 melhora a respiração das plantas e, assim, acelera seu crescimento.O estudo da Science também enfatiza positivamente a expansão das florestas causada pelo abandono das terras agrícolas na Rússia e pela intervenção maciça da China para plantar novas árvores nas zonas que haviam desmatadas anteriormente, enquanto nos EUA, entre 1990 e 2007 (o período de tempo coberto pelo estudo), a vegetação sofreu golpes de calor, seca e incêndios.“Mesmo que as florestas nos deem uma mão – concluem os pesquisadores –, reduzir as emissões de gases do efeito estufa continua sendo a única hipótese sobre a mesa”.

Fonte Terra Gaia
Autor: Antonio Carlos Teixeira

As árvores também poluem


Plantar árvores é uma ótima solução para diminuir a poluição do ar nas grandes cidades, certo? Depende.Cientistas americanos descobriram que algumas espécies podem ter o efeito contrário: liberam um composto que em contato com o óxido de nitrogênio liberado pelos carros vira ozônio. Abaixo às árvores então? Segundo especialistas, o ideal é escolher com mais atenção as espécies que serão plantadas.


Quanto gás as árvores produzem* 

Pouco - Bordô - 3,2 
Médio - Pinheiro - 17,5 
Bastante - Palmeira - 201,8 
*Em microgramas de terpeno por hora 

Por Isabelle de Siqueira 



Alimentos orgânicos ganham cada vez mais a mesa dos brasileiros

O mercado orgânico no Brasil cresce a uma taxa de 20% a 30% ao ano e ocupa cada vez mais espaço no mercado. No país, o segmento está diretamente vinculado à agricultura familiar que, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), é responsável por 4,1 milhões de unidades produtivas e responde por 70% dos alimentos consumidos diariamente pelos brasileiros, representando 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o MDA, trabalham na agricultura familiar cerca de 12 milhões de brasileiros.
Na opinião de Ricardo Tortorella, diretor técnico do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em São Paulo, o Brasil pode se tornar um dos maiores produtores de orgânicos e ser a porta de entrada desses produtos, uma vez que a situação econômica brasileira é confortável e o grau de amadurecimento do consumidor indica que cada vez mais a população vai buscar qualidade na alimentação.
“O mercado orgânico está deixando de ser um nicho para ser um dos grandes mercados no país”, destacou Totorella à Agência Sebrae de Notícias. Opinião semelhante tem o gerente da Unidade de Agronegócios do Sebrae, Enio Queijada Souza, para quem o produto orgânico é cada vez mais um negócio e menos um movimento. “Precisamos ficar atentos aos valores que diferenciam a cadeia dos orgânicos dos demais agronegócios, como o cooperativismo e a solidariedade”, defendeu.
Agricultura convencional
Para Rogério Dias, coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a agricultura orgânica é uma alternativa para a produção de alimentos de toda a humanidade. Segundo ele, a dependência da agricultura tradicional de insumos importados é um alerta para a sociedade.
“Se pensarmos que 70% dos fertilizantes utilizados pela agricultura tradicional no Brasil são importados, vemos a nossa dependência do mercado externo. Se acontecer alguma coisa com esses insumos, não teremos como produzir”, argumentou o coordenador, que participou da Bio Brazil Fair e Natural Tech 2011 – feiras de orgânicos e produtos naturais, realizada em São Paulo até domingo, 24 de julho.
O Sebrae apoia, na carteira de Agroecologia, 31 projetos em 18 estados brasileiros, envolvendo 203 municípios e 43 parceiros. Segundo a instituição, no total, foram beneficiados direta e indiretamente 22 mil empreendedores. Ao todo já foram investidos R$ 15 milhões, sendo R$ 10 milhões do Sebrae e R$ 5 milhões de parceiros.
(EcoD)

Copa de 2014 terá estádios verdes

Mais caros de construir e mais baratos de manter, estádios terão captação de energia solar e de água da chuva
O governo federal optou por investir em tecnologias ambientalmente vantajosas na construção dos estádios brasileiros para a Copa de 2014. “A economia das arenas verdes, como são chamadas, significa que são mais caras de construir, porém, há um ganho ao longo do tempo porque são mais baratas de manter”, explica o ministro dos Esportes, Orlando Silva.
A construção e modernização dos estádios atende a um anseio de um povo apaixonado por futebol, mas também será um dos cartões de visita para a comunidade internacional que visitará o Brasil. “A Copa do Mundo é uma grande oportunidade para que o mundo conheça a incrível diversidade do País e nossa democracia, que deve ser uma das mais amplas do mundo”, diz o ministro.
Os 12 estádios que servirão à Copa de 2014 devem estar prontos no final de 2013. “No final de 2012, nós vamos ter oito estádios preparados completamente para os jogos e, para a Copa das Confederações em 2013, serão 10 estádios prontos”, conta Silva.
Aquecimento – O Brasil passa por um momento de aquecimento da economia, o que também se reflete no custo dos projetos para a Copa. O mercado da construção civil está em expansão motivado pela inclusão social e pelos programas governamentais como o Minha Casa Minha Vida, que projeta a construção de 2 milhões de moradias; e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que prevê grandes obras de infraestrutura. Isso faz com que o custo por assento nos estádios de 2014 seja de US$ 6 mil, o dobro da média internacional.
O Ministério do Esporte estima que o evento vai gerar 700 mil empregos diretos e indiretos, o que contribui para o processo de crescimento econômico sustentável. No momento, há 25 projetos de desenvolvimento do País diretamente ligados aos jogos de 2014, sendo que 13 deles são de modernização de aeroportos. O primeiro ciclo de planejamento, iniciado em 2009 e que vai até o fim de 2011, inclui investimentos de 15 bilhões de dólares em projetos prioritários de infraestrutura, como estádios, aeroportos, portos e obras de transporte urbano. O Comitê Gestor agora trabalha para assegurar que esses projetos estejam prontos para receber os três milhões de turistas brasileiros e os 600 mil visitantes internacionais esperados para 2014.
Por Secom

Estudantes do nível médio ao pós-doutorado terão 75 mil bolsas em universidades no exterior



Estudantes do nível médio ao pós-doutorado terão 75 mil bolsas em universidades no exterior
Programa Ciência Sem Fronteiras também pretende atrair pesquisadores que estão fora do País
Aumentar a presença de estudantes e pesquisadores brasileiros em instituições de excelência no exterior e fomentar o conhecimento inovador dos trabalhadores para impulsionar a competitividade da indústria nacional. Esses são objetivos do programa “Ciência Sem Fronteiras”, lançado pelo governo federal nesta terça-feira (26), que vai custear 75 mil bolsas de intercâmbio nas principais universidades do exterior para estudantes do nível médio ao pós-doutorado. Serão investidos R$ 3,16 bilhões em 35 mil bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e em outras 40 mil da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)
As áreas selecionadas pelo programa são Ciências da Saúde, Ciências da Vida e Engenharia e Tecnologias. Pelo programa, 27.100 bolsas serão destinadas à graduação; 24.600 para doutorado de um ano; 9.790 para doutorado integral; e 8.900 para pós-doutorado. Além disso, 2.660 vagas serão reservadas para estágio sênior de seis meses; 700 delas para treinamento de especialistas de empresas no exterior; 860 para jovens cientistas de grande talento; e 390 para pesquisadores visitantes especiais no Brasil. O governo espera que a iniciativa privada participe do programa com outras 25 mil bolsas de estudo, totalizando 100 mil. 
Mérito - Os bolsistas serão escolhidos por mérito. A seleção será feita a partir do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), gerenciado pelo Ministério da Educação, e pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aos alunos que atingirem nota mínima de 600 pontos. Neste momento, estão aptos a concorrerem às bolsas 124 mil alunos em todos os 27 estados. Serão contemplados os estudantes com produção científica diferenciada, alunos premiados em olimpíadas científicas e que já tenham completado no mínimo 40% e no máximo 80% dos créditos necessários para obtenção do diploma. Os estudantes e pós-doutores do Ciência Sem Fronteiras terão o seu treinamento nas melhores instituições disponíveis, prioritariamente entre as 50 mais bem classificadas nos rankings da Times Higher Education e QS World University Rankings.
Áreas Prioritárias
● Engenharias e demais áreas tecnológicas
● Ciências Exatas e da Terra: Física, Química, Geociências
● Biologia, Ciências Biomédicas e da Saúde
● Computação e Tecnologias da Informação
● Tecnologia Aeroespacial
● Fármacos
● Produção Agrícola Sustentável
● Petróleo, Gás e Carvão Mineral
● Energias Renováveis
● Tecnologia Mineral
● Tecnologia Nuclear
● Biotecnologia
● Nanotecnologia e Novos Materiais
● Tecnologias de Prevenção e Mitigação de Desastres Naturais
● Tecnologias de Transição para a Economia Verde
● Biodiversidade e Bioprospecção
● Ciências do Mar
● Indústria Criativa
● Novas Tecnologias de Engenharia Construtiva
● Formação de Tecnólogos
por Secom